Solenidade da Assunção de Maria
Um grande Sinal – Lc 1,39-56- A Liturgia deste domingo segue um calendário diferenciado. No Brasil, celebra-se a Solenidade da Assunção de Maria e em outros países segue-se com o 21º domingo do Tempo Comum, uma vez que celebraram a Festa da Assunção no dia 15 de Agosto.
O 21º domingo tem como Evangelho o texto de Lc 13,22-30, no qual continuamos com Jesus e com os discípulos, a percorrer o “caminho de Jerusalém”. O interesse central desta “viagem” é descrever os traços do autêntico discípulo e apontar o caminho do “Reino”. O tema central deste domingo é a “Salvação”, uma vez que “alguém se aproxima” e interroga Jesus: “Senhor, são poucos os que se salvam?”
Certamente pode-se estabelecer uma conexão entre esse Evangelho e os textos da liturgia da Solenidade da Assunção. A salvação é a grande utopia da humanidade.
Na festa da Assunção, primeira leitura é do livro do Apocalipse, livro este escrito em linguagem artística e de muito simbolismo: “um grande sinal apareceu no céu”. O texto pode estar se referindo, tanto à Igreja quanto à Maria Santíssima. A mulher é rainha, está vestida de sol, tem na cabeça uma coroa com 12 estrelas e lua sob os pés. Esta grávida, em dores, fragilizada, perseguida pelo dragão, protegida por Deus. Esta mulher inaugura o Reino de Deus e é portadora da Salvação. Ela gera o fruto bendito, o Cristo Senhor. A Igreja é esta mulher perseguida pelo Império dos poderosos, é fugitiva no deserto do mundo, mas que traz a salvação através da Palavra encarnada e anunciada.
Voltando-nos para o relato evangélico, vemo-nos, mais uma vez, diante do encontro de Maria e Isabel. E do belo canto de Maria. Mal acabara de receber da boca do anjo o anúncio de que seria a Mãe do Salvador, Maria sai ao encontro de Isabel, que se encontra no sexto mês de gravidez. Quando Maria encontra Isabel a criança pula de alegria no ventre da anciã e Isabel fica cheia do Espírito Santo. Maria é a portadora do Espírito, e um Pentecostes acontece na vida de Isabel e João Batista, como já havia acontecido na vida da Virgem que trazia em seu seio o Salvador do Mundo.
O Cântico de Maria, o conhecido Magnificat, constitui uma das mais belas e revolucionárias orações da Sagrada Escritura. Maria canta os louvores do Senhor e revela sua gratidão pelo agir de Deus na história. O agir divino inverte a ordem do agir humano, pois “Deus derruba do trono os poderosos e exalta os humildes”. Este agir invertido é a “misericórdia que perdura de geração em geração”
A Solenidade da Assunção nos faz recordar que Maria, a primeira redimida por Cristo em vista da sua divina missão, foi também a primeira inteiramente glorificada nos céus.
O dogma da Assunção de Nossa Senhora foi proclamado pelo Papa Pio XII em 1950, sem maiores explicações, mas a solenidade é celebrada desde muitos anos, sobretudo entre os cristãos orientais. O que o dogma da Assunção de Nossa Senhora afirma é que Maria, após sua morte, foi imediatamente glorificada pelo seu Filho, sendo elevada ao céu. Ela experimentou antecipadamente aquilo que é o destino de todo cristão. Celebrar a Solenidade da Assunção de Maria Santíssima é contemplar na vida da Virgem aquilo que a Igreja espera ser: toda glorificada pela salvação trazida por Jesus. (Ir. Zenilda Luzia Petry – FSJ)