Festa da Apresentação do Senhor – 02/02/2020
Festa da Apresentação do Senhor – Lc 2,22-40 – A liturgia celebra hoje a “Apresentação do Senhor” no Templo de Jerusalém e a Igreja celebra também neste dia o “Dia da Vida Consagrada”, comemoração instituída por São João Paulo II. O cenário da apresentação expressa a entrega total de Jesus nas mãos do Pai desde os primeiros momentos da sua existência terrena. Da mesma forma, convida todos os consagrados e consagradas a renovar a sua entrega a Deus e fazer da própria existência um dom de amor, um testemunho comprometido da realidade do Reino, ao serviço do projeto salvador de Deus para os homens e para o mundo. Através do evangelista Lucas, desenha-se aqui o quadro da “Apresentação de Jesus” no Templo de Jerusalém, a fim de ser “consagrado” ao Senhor. Segundo a Lei de Moisés, todos os primogênitos, tanto dos homens como dos animais, pertenciam a Jahwéh e deviam ser oferecidos a Jahwéh (cf. Ex 13,1-2. 11-16). O costume de oferecer os primogênitos aos deuses era um costume cananeu. Israel seguiu este costume, mas mudou a forma de oferta dos primogênitos das pessoas. Eram oferecidos, mas não sacrificados. Eram resgatados por um animal, imolado ao Senhor (vv. 23-24). De acordo com Lv 12,2-8, quarenta dias após o nascimento de uma criança, esta devia ser apresentada no Templo, onde a mãe oferecia um ritual de purificação. Nessa cerimônia, para as famílias mais abastadas, devia ser oferecido um cordeiro de um ano, ou então, para as famílias de menores recursos, duas pombas ou duas rolas. Lucas informa claramente onde se situam José e Maria. Mostra também quem é Jesus e qual a sua missão no mundo. Ao sublinhar repetidamente a fidelidade da família de Jesus à Lei do Senhor (vv 22. 23. 24), Lucas quer deixar claro que Jesus, desde o início da sua caminhada neste mundo, viveu na perfeita fidelidade aos mandamentos e aos projetos do Pai. Desde o início da sua existência terrena, Ele entregou a sua vida nas mãos do Pai, numa adesão absoluta ao projeto do Pai. A missão de Jesus no mundo passa por aí, pelo cumprimento rigoroso da vontade e do projeto do Pai. As duas personagens que acolhem Jesus no templo, Simeão e Ana, representam o Israel fiel que esperava ansiosamente a sua libertação e a restauração do reinado de Deus sobre o seu Povo. Simeão toma Jesus nos braços e apresenta-O ao mundo, definindo-O como “a salvação” que Deus quer oferecer “a todos os povos”, “luz para se revelar às nações e glória de Israel” (vers. 28-32). Ana, viúva, é também uma figura do Israel pobre e sofredor, que se manteve fiel a Jahwéh, que espera a salvação de Deus. Depois de reconhecer em Jesus a salvação anunciada por Deus, ela “falava do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém” (v. 38). O texto termina com uma referência ao crescimento do menino em “sabedoria” e “graça”. Crescia no modo de ser de Deus, indicando assim a todos os consagrados e consagradas, qual o caminho a seguir: crescer no modo de ser de Deus. Ir. Zenilda Luzia Petry – FSJ