A Plenitude da Criação – Natal/2019

23/12/2019

A Plenitude da Criação – Jo 1,1-18 – Neste dia de Natal somos convidados/as a contemplar o amor de Deus manifestado na encarnação de Jesus, prevista desde a eternidade. “No princípio o Verbo estava em Deus, o verbo era Deus”. Ele é a “Palavra” que Se fez pessoa e veio morar conosco, a fim de nos oferecer a vida em plenitude e nos elevar à dignidade de “filhos/as de Deus”. O texto que a Liturgia nos oferece é o prólogo do quarto Evangelho, um importante hino cristológico, que sintetiza os grandes temas da história de nossa salvação. Começa com a expressão “no princípio” (Jo 1,1). O evangelista conecta, de início, o seu Evangelho com o relato da criação (cf. Gn 1,1). De prontidão, oferece-nos uma chave de leitura para o seu escrito. Aquilo que ele vai narrar sobre Jesus está em relação com a obra criadora de Deus e de toda a sua história.  Em Jesus, acontece a definitiva intervenção criadora e salvadora de Deus. Jesus é a plenitude da criação. Assim como a luz é o primeiro ato criador de Deus, Jesus é a verdadeira luz que vem a este mundo.  A atividade de Jesus, o enviado do Pai, consiste em fazer nascer uma nova humanidade, que caminhará na luz e realizará o projeto do Pai. Na “plenitude dos tempos” ocorre o coroamento da obra criadora iniciada por Deus “no princípio”. O hino dá muito destaque ao tema da “Palavra”, palavra  viva de Deus que se torna  pessoa em Jesus. Assim como “no principio”, em que a criação é fruto da Palavra divina que vai sendo pronunciada e tudo passa a existir, agora é o próprio “Verbo que se faz gente” e sua existência é um ato histórico de intervenção divina. Ele é a Palavra que gera vida plena. Esta Palavra encarnada é a luz do mundo. É o próprio Jesus, o “Filho único cheio de amor e de verdade”. Essa “Palavra” “fez sua tenda no meio de nós”. Outrora no deserto, a “tenda” era o local do encontro. Agora ele arma sua tenda entre nós e nEle se dá o nosso encontro com Deus. O hino ainda está perpassado pelas palavras “trevas”, “vida/luz”. Trata-se de ter a luz que ilumina o caminho de toda humanidade, possibilitando-lhe encontrar a vida verdadeira, a vida plena. O Natal, na verdade, celebra a plenitude da criação, onde a maior obra criada é a luz . A plenitude da Luz é Jesus, que se proclamou depois: “Eu sou a luz do mundo”. Natal é a festa da luz, a festa da vida plena. Ir. Zenilda Luzia Petry – IFSJ