Solenidade da Santíssima Trindade

23/05/2024

Batizar em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo – Mt 28,16-20 – Solenidade da Santíssima Trindade – A liturgia da Solenidade da Santíssima Trindade convida-nos a mergulhar no mistério divino e a contemplar o Deus Uno e Trino, o mistério da SSma Trindade, que a inteligência humana não alcança compreender. Deus é amor! É a maior de todas atribuições dadas a Deus. O amor é única via  para nos aproximarmos do mistério da Trindade. Se Deus fosse “um só”, não seria amor, pois amor é doação, supõe a existência de um “outro”… O amor precisa do amor para amar. As leituras deste domingo não pretendem dar explicações sobre os mistérios divinos, mas são um convite a entrarmos na dinâmica da contemplação do “ser de Deus”. A primeira leitura vem do livro do Deuteronômio. Trata-se de um convite a Israel para contemplar a história “desde o dia em que Deus criou o homem sobre a terra”. O texto que nos é oferecido como segunda leitura reflete sobre a Vida nova que Deus oferece ao batizado e à qual Paulo chama “a vida no Espírito”. O Evangelho parece seguir por outros caminhos, alheio à Festa da Santíssima Trindade. Olhando mais de perto, podemos perceber que a narrativa abre pistas para celebrarmos a Solenidade da Santíssima Trindade no seu verdadeiro sentido. Contextualizando a narrativa, temos como cenário a Galileia, após a ressurreição de Jesus. De acordo com Mateus, Jesus, pouco antes de ser preso, havia marcado encontro com os discípulos na Galileia e na manhã da Páscoa, tanto o anjo que apareceu às mulheres no sepulcro como o próprio Jesus, vivo e ressuscitado, renovam o convite para que os discípulos se dirijam à Galileia, a fim de lá encontrar o Senhor. Foi na Galileia que Jesus começou a anunciar o Reino de Deus; foi na Galileia que Ele reuniu à sua volta um grupo de discípulos; foi na Galileia que Ele, ao longo de quase três anos, propôs o Reino com palavras e gestos. Estar na Galileia é ser discípulo do Reino, seguindo os passos de Jesus. O encontro final entre Jesus ressuscitado e os discípulos acontece num “monte que Jesus lhes indicara”. O “monte” é o lugar onde Deus se revela ao mundo. Quando os discípulos se encontraram face a face com Jesus, adoraram-no, sinal de reconhecimento de Jesus como “Senhor”. Ao mesmo tempo “alguns ainda duvidaram”. “Adoração e dúvida” é o que se sente diante do Mistério de Jesus. A seguir, vem o envio missionário: “Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra. Ide e fazei discípulos de todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos”. A missão confiada aos discípulos não está delimitada por fronteiras de qualquer espécie: destina-se a “todas as nações”. Jesus define também o “método” que os discípulos vão usar na concretização da missão: devem começar por ‘ensinar’; depois, devem “batizar” aqueles que escutaram e acolheram o que lhes foi proposto. O Batismo é feito “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, em nome da Trindade. O batizado passa a estar vinculado à comunidade trinitária, integra-se na família de Deus Pai, Filho e Espírito Santo. A missão dos discípulos do Reino é continuar a “obra” de Jesus: reunir na “casa” de Deus, no coração da Trindade, a humanidade inteira. Os discípulos do Reino contarão sempre com a presença viva e consoladora de Jesus para a ajudar a superar as crises e as dificuldades da caminhada. Ir. Zenilda Luzia Petry – FSJ