Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus
Conservar no coração – Lc 2, 16-21- Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus – Neste dia 1º de janeiro, a liturgia nos oferece diversas temáticas para nossa reflexão: celebra-se a Solenidade da Mãe de Deus e somos convidados a olhar a figura de Maria, aquela que, com o seu sim nos ofereceu a figura de Jesus, o nosso Salvador. É o Dia Mundial da Paz! Em 1968, o Papa Paulo VI quis que, neste dia, os cristãos rezassem pela paz. Neste ano o Papa Francisco nos enviou a sua mensagem sobre o diálogo entre gerações, educação e trabalho: instrumentos para construir uma paz duradoura. Também celebra-se o primeiro dia do ano civil, no qual sonhamos com um novo ano de paz, saúde, bem-estar, respeito, uma caminhada percorrida de mãos dadas com Deus, que em cada dia nos cumula da sua bênção e nos oferece a vida em plenitude.
O texto do Evangelho da liturgia deste dia é a continuação do que foi lido na noite de Natal: após o anúncio do “anjo do Senhor”, os pastores vão “apressadamente” a Belém e encontram o menino envolto em panos e deitado numa manjedoura. Não se trata certamente de uma reportagem sobre acontecimentos concretos… É uma mensagem teológica, que revela a salvação trazida por Deus, que tem os pobres e os marginalizados como seus primeiros destinatários. Os pastores, classe marginalizada de “pecadores”, afastados da salvação de Deus, são os primeiros a quem se revela a boa notícia do nascimento de Jesus. Aqueles que vivem numa situação intolerável de sofrimento e de opressão reconhecem que, com Jesus, chegou a oportunidade de vida nova e apressam-se a ir ao encontro da salvação.
Contemplemos a atitude de Maria: ela “conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração”. É a atitude de quem é capaz de silenciar diante do divino mistério. “Observar”, “conservar” e “meditar” significa ter a sensibilidade para contemplar o amor de Deus que se manifesta em sinais singelos, escandalosamente simples, que rompem com qualquer lógica humana. O cenário do presépio e de seus personagens nos enche de ternura e nos comove profundamente. Só um silêncio reverente nos faz “conservar no coração” o mistério que Deus nos concede contemplar.
Esta solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus é seguida imediatamente pela festa da Epifania do Senhor. Mais uma narrativa que foge do gênero de “reportagem jornalística”, mas que nos conduz ao brilho de uma estrela que ilumina a morada de Deus, longe do palácio de Herodes. Lá na periferia, entre animais e pastores, com José e Maria migrantes e fugitivos, é lá que está a estrela luminosa dessa escura noite, noite muito densa, agravada no atual contexto na qual a humanidade está mergulhada. A estrela brilha onde não há outros pretensos brilhos a ofuscar seu esplendor. Ir. Zenilda Luzia Petry – FSJ