5º Domingo do Tempo Comum

06/02/2025

 “Daqui em diante serás pescador de homens” – Lc 5,1-11 – O projeto divino de salvação do mundo conta com a generosidade de pessoas chamadas por Deus. Assim sendo, a liturgia deste domingo gira em torno do tema da Vocação. A primeira leitura nos relata a vocação de Isaías, descrita em forma de visões e diálogos.. Mesmo sentindo-se frágil e indigno, Isaías aceita o chamado e exclama: “eis-me aqui: envia-me”. No evangelho temos um “relato modelo” dos chamados de Jesus. O cenário da narrativa é o Mar da Galileia. Jesus está nas margens, rodeado por uma grande multidão que viera “para escutar a palavra de Deus”. Ao redor do Mar da Galileia situavam-se as cidades de Tiberíades e Cafarnaum. Cafarnaum era uma cidade estratégica, pois estava perto da rota comercial que ligava o Egito à Síria e ao Líbano. Tiberíades era um centro político e econômico, uma cidade construída em homenagem ao Imperador Tibério. Segundo a teologia de Lucas, Jesus havia começado seu ministério na Galileia, mais precisamente em Nazaré, onde apresentara o seu “programa”: anunciar a “Boa Notícia” aos pobres, libertar os cativos, iluminar os caminhos de quem vivia na escuridão, proclamar a chegada de um tempo novo de graça e de paz. Vimos que houve rejeição por parte de seus conterrâneos, mas muita gente ficou maravilhada com seus gestos e suas palavras. Segundo Lucas, até agora Jesus estava agindo sozinho; ainda não tinha discípulos. As multidões acorrem a Jesus e ele passa a usar os recursos disponíveis. Entra na barca de Simão, que está ancorada na margem, e pede para se afastar um pouco da terra. E sentado na barca, passa a ensinar as multidões. Na conclusão, manda Simão avançar mar adentro e “lançar as redes para a pesca”. Do ensino é preciso partir para a ação. Simão resiste e argumenta: ele e os companheiros estão cansados depois de uma noite de trabalho. A hora não é favorável, ali não há peixe, pois passaram toda a noite a tentar e não apanharam nada. O que um carpinteiro sabe sobre pesca? Os “profissionais” de pesca são eles. Apesar de tudo, Simão atende a ordem de Jesus. Avança mar adentro e lança as redes. Confia nas palavras de Jesus. As redes enchem-se de tal quantidade de peixes que ameaçam romper-se. Simão faz sinal a alguns companheiros de pesca que estavam noutro barco para que viessem ajudá-lo. Os dois barcos encheram-se de tal maneira que quase se afundavam. Simão revela-se mais próximo da proposta de Jesus: reagiu lançando-se aos pés de Jesus  e reconhecendo-O como “Senhor”.  Na conclusão do relato Jesus anuncia a Simão sua vocação futura: “pescador de homens”. Lucas não explica o que é que Jesus quer dizer ao usar essa expressão.  Depois deste encontro e desta pesca, Simão e os seus companheiros “deixaram tudo e seguiram Jesus”. Ir. Zenilda Luzia Petry – FSJ