32° Domingo do Tempo Comum – 08/11

04/11/2020

Paz e Bem!

Azeite para as lâmpadas – Mt 25,1-13 – A liturgia do 32º Domingo do Tempo Comum é um convite à vigilância e à necessidade de “estar preparado” para a chegada do Senhor que vem.  Só com as “lâmpadas acesas e com reserva de azeite suficiente”, só com os valores do Evangelho participaremos no banquete do Reino. Estamos caminhando para o final do Ano Litúrgico, no qual lemos o Evangelho de Mateus. Os capítulos 24 e 25  trazem um quinto e último discurso de Jesus, elaborado em “gênero literário apocaliptico”. É o chamado “discurso escatológico”, com a inclusão de três parábolas e a descrição do juízo final. O foco é a segunda vinda de Jesus e a atitude com que os discípulos devem preparar essa vinda. Estamos nos finais do séc. I da era cristã. Já havia passado o entusiasmo inicial do seguimento de Jesus, a vida de fé tinha enfraquecido, a rotina havia se instalado na comunidade. As perseguições e conflitos de dentro e de fora, a demora da segunda vinda de Jesus, tudo levava ao “adormecimento” e ao esquecimento do “azeite da fé para as lâmpadas da esperança”. Neste contexto temos a parábola da demora do noivo, uma parábola que tem como cenário, rituais típicos dos casamentos judaicos. Mesmo sendo tal cenário, trata-se de uma parábola sobre o “Reino dos céus” (v.1), comparado com uma das celebrações mais alegres e festivas dos israelitas: “a festa de casamento”.  Segundo alguns estudiosos, a cerimônia do casamento começava com a ida do noivo a casa da noiva, para levá-la para a sua nova casa. Muitas vezes o noivo chegava atrasado, pois devia antes discutir com os familiares os presentes que ofereceria à família da noiva. As negociações entre as duas partes podiam demorar e tinham uma importante função social… Os parentes da noiva deviam mostrar-se exigentes, sugerindo dessa forma que a família perdia algo de muito precioso ao entregar a jovem à outra família. Os que testemunhavam o acordo, estavam em prontidão para ir avisar a noiva de que as negociações estavam concluídas e o noivo iria chegar… Enquanto isso, a noiva esperava em casa do seu pai. As amigas da noiva esperavam também, com as lâmpadas, para acompanhar a noiva à sua nova casa, entre danças e cânticos. Era aí que tinha lugar a festa do casamento. A parábola tem diversos elementos simbólicos que lhe dão beleza e harmonia: as dez jovens representam o Povo de Deus, a Igreja, que espera ansiosamente a chegada do Messias, o noivo. Há quem esteja preparado, vigilante, com uma vida de fé alimentada em obras, (azeite suficiente!). Outra parte não se empenhou em fazer a “reserva de azeite”, ou seja, fazer “frutificar talentos” (cf Mt 25,14-30) ou atender os “famintos, sedentos, prisioneiros, doentes, os nús”… (cf. Mt 25,31-46) e assim fica excluída da comunidade do Reino. O azeite necessário para manter as lâmpadas acesas é o escutar as palavras de Jesus, acolhê-las no coração e viver de forma coerente com os valores do Evangelho… É fazer da nossa vida um dom aos irmãos, no serviço, na partilha, no amor, ao jeito de Jesus. Sem o azeite necessário, não há luz que se mantenha acesa… Ir. Zenilda Luzia Petry – FSJ