2º Domingo do Advento

02/12/2021

“Uma voz grita no deserto” – Lc 3,1-6 – O segundo domingo do Advento nos traz a figura profética de João Batista, um dos personagens que nos ajuda a mergulhar no sentido do Advento: “Preparai o caminho do Senhor; endireitai as suas veredas. Todo o vale se encherá, e se abaixará todo o monte e outeiro;  o que é tortuoso se endireitará, e os caminhos escabrosos se aplainarão; e toda a carne verá a salvação de Deus”.

O cenário desta proclamação é o deserto. No deserto, mesmo que se “grite”, não há ouvintes. Certamente um símbolo da realidade humana que resiste em acolher a Boa nova que anuncia.

O texto de hoje, do ponto de vista literário, vem logo após as “narrativas da infância”, segundo o Evangelho de Lucas. O evangelista inicia sua obra afirmando que “investigou cuidadosamente tudo desde a origem” (Lc 1,3). Como bom “historiador”, situa João Batista num determinado contexto, nomeando vários personagens históricos. Como “evangelista”, quer nos ajudar a perceber que a presença do Salvador entre nós, não é algo teórico, uma lenda, mas uma projeto concreto de Salvação, que se concretiza na historia humana.

Assim sendo, apresenta-nos o precursor que, em linguagem poética, citando Isaías,  indica caminhos bem concretos para acolher o Salvador: “preparar os caminhos do Senhor, endireitar suas veredas”, ou seja, eliminar o que é tortuoso e que impede de caminhar, ou seja, superar o egoísmo e abandonar os esquemas de injustiça e de opressão.

Todo o vale se encherá, e se abaixará todo o monte e outeiro. E o que é tortuoso se endireitará. E os caminhos escabrosos se aplainarão”. Trata-se de “baixar” o orgulho, a busca de poder, a prepotência, a exploração, de “endireitar e aplainar” o convívio humano, as relações, na busca da igualdade, da fraternidade, da comunhão  segundo Deus.

                E toda a carne verá a salvação de Deus”.  Esta certeza nos convida a  preparar o coração para acolher o Messias. A todos nós Deus chama a dar testemunho de que o Senhor vem e a preparar os caminhos de justiça e fraternidade, caminhos pelos  quais Jesus há-de chegar ao coração do mundo e de toda a humanidade. Ir. Zenilda Luzia Petry – FSJ