28-07 – Saboreando a Palavra

25/07/2019

A força do testemunho – Lc 11, 1-13 – Neste 17º Domingo do Tempo Comum, a liturgia nos apresenta a importância da Oração. Na leitura do Gênesis encontra-se o belo relato da intercessão de Abraão em favor de Sodoma e Gomorra. Uma oração não centrada em si mesmo, mas em favor de um povo que, diríamos hoje, não merece senão castigo. No Evangelho temos texto de Lc 11,1-13, onde se encontra narrativas catequéticas que se entrelaçam artisticamente para mostrar a força do testemunho de quem reza. Inicia informando mais uma vez que “Jesus estava rezando” (v.1). Em Lucas encontramos Jesus em oração por diversas vezes. Ele é apresentado como aquele que reza, sobretudo nos momentos decisivos de sua vida (cf Lc 5,16; 6,12-13; 18,1-5;  22,41-43, etc).  Na narrativa em questão, a sua oração teve força de testemunho e os discípulos pediram que os ensinasse a rezar. Em Lucas, a “oração do Senhor” é menos elaborada do que a de Mateus (cf Mt 6,9-13) que certamente traz mais elementos litúrgicos. Por detrás de cada Evangelho há diferentes tradições litúrgicas, provindas de diferentes comunidades. A versão de Lucas, segundo os estudiosos, seria mais antiga. Com arte literária própria, o evangelista confirma ser Jesus “aquele que reza”.  No Evangelho deste domingo, reúne vários ensinamentos sobre a oração: Jesus ensina seus discípulos a rezar (vv 2-4), a rezar com perseverança (v.5-8) e com confiança (vv 9-13). A oração que Jesus ensina tem estilo próximo das orações judaicas, mas traz elementos próprios da sua pregação e está relacionada com a proximidade do Reino de Deus. Algo que veríamos considerar é o lugar da oração no caminho do discipulado. Jesus está a caminho para Jerusalém. Os discípulos já conviveram com Ele por um bom período. No caminho para a consumação da obra, ensina a rezar. A oração não foi o ponto de partida para o seguimento, não foi a primeira coisa que Jesus pediu dos seus seguidores. Antes tiveram um período de convivência e de ações, de intimidade e aprendizado. Ao longo do caminho foi que pediram para aprender a rezar. E Jesus os ensinou a rezar  de forma nova. Foi fruto do testemunho de Jesus que cultivava uma profunda intimidade com o Pai. Então ensina uma oração muito simples, em torno das questões fundamentais da vida e não de práticas devocionais, como era tradição dos Judeus. É uma oração perpassada por uma relação de intimidade, de afeto, de proximidade entre o orante e seu Deus. O foco do oração é o Reino de Deus e a santificação do seu nome. Os demais pedidos dizem respeito à relação entre as pessoas: o pão, o perdão  e a libertação das infidelidades. Ter no coração o projeto do Pai é ter dentro de nós o constante apelo de entregar nossa vida a serviço do irmão. Ir. Zenilda Luzia Petry – IFSJ