11° DOMINGO DO TC
“Compaixão pelo mundo”– Mt 9, 36 -10,8 – Retomamos neste domingo o Tempo Comum do ano A e assim voltamos ao Evangelho de Mateus. Estamos no mês de junho, mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus. O papa Francisco nos convoca a viver este mês como o mês da “COMPAIXÃO PELO MUNDO”. O Evangelho deste 11º Domingo do TC vem de encontro ao apelo do papa. Nosso texto inicia dizendo que “Jesus, contemplando a multidão, encheu-se de compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como ovelhas sem pastor” (9,36). Uma imagem comovente e de muita atualidade. A pandemia nos deixa em situação semelhante: a humanidade encontra-se “cansada e abatida” e, em muitas nações, “como ovelhas sem pastor”, pois governantes de hoje agem como Herodes no tempo de Jesus. O Sagrado Coração de Jesus está “movido de compaixão” por este mundo. Então Jesus disse aos seus discípulos: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos” (v.37). Poderíamos atualizar dizendo: Os doentes, os pobres, os famintos são muitos, mas os cuidadores, os defensores da vida são poucos. E o Evangelho continua dizendo: “Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe”. Rogai ao “Senhor da compaixão”, que envie cientistas para combater esta pandemia. O mês de junho quer ser o mês da “compaixão pelo mundo”, compaixão esta que não é apenas um sentimento, mas “trabalho”, pois Jesus chama “trabalhadores” para a messe. Vejamos mais de perto o “discurso da missão” que vem a seguir. No seu todo, consta de várias partes: uma introdução (cf. Mt 9,36-38); o chamamento e o envio dos discípulos (cf. Mt 10,1-15); uma instrução sobre o “caminho” que os discípulos têm de percorrer (cf. 10,16-42); uma conclusão (cf. Mt 11,1). Após a primeira parte da narrativa do Evangelho de Mateus, que vai de Mt 4,23 até 9,35, onde mostra Jesus anunciando o “Reino dos Céus”, temos o envio dos discípulos em missão (cf. Mt 9,36-11,1). “Jesus chamou os doze discípulos e deu-lhes o poder de expulsar os espíritos malignos e de curar todas as enfermidades e doenças” (10,1). Suplicamos a Deus que estas obras continuem sendo realizadas nos tempos atuais. Segue os nomes dos enviados, todos bem identificados pelos nomes (cf Mt 10,2-4). O chamado, o envio não é algo genérico, anônimo. É convocação pessoal, individual, nominal. Também se pode perceber que os “chamados”, os discípulos, não são apenas “seguidores” de Jesus, mas Mateus os identifica como “trabalhadores”, “operários”, ou seja, os que “operam”, “trabalham” as obras próprias do Reino. Jesus envia os discípulos e indica a sua missão: anunciar a chegada do “Reino”. A seguir temos uma espécie de “cartilha missionária” (10,5-10). A missão exige uma “Igreja em saída”. Ir pelos caminhos…. Anunciar a proximidade do Reino de Deus “pelo caminho”. Ir primeiro aos perdidos mais próximos, os da “casa de Israel”. Segue a instrução sobre as ações a serem realizadas: curar, ressuscitar, purificar, expulsar (v.8)). Agir na gratuidade (v.9). O testemunho de uma vida despojada confirma a missão (v.10). O cenário de fundo desta “cartilha missionária” é a “compaixão” de Deus para com seu povo. Esta certeza nos consola e nos enche de esperança, de que a atual pandemia nos tornará também mais compassivos e confirmará nossa fé no Deus cheio de ternura e compaixão. Ir. Zenilda Luzia Petry – FSJ